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PCdoB faz pronunciamento na Câmara dos Vereadores de Salto e recebe o reconhecimento pelas lutas por avanços no Brasil e na cidade
Publicado por Unknown
Publicado em quarta-feira, 23 de abril de 2014
No dia 15/4 o Comitê Municipal do Partido Comunista do Brasil fez uso da tribuna da Câmara Municipal dos Vereadores de Salto (SP) para reverenciar os 92 anos de história de lutas do partido pelos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, tendo que por vezes alternar entre a ação política e a ação armada pela defesa da democracia.
O secretário de Formação, José Francisco Soares Júnior, foi o porta voz escolhido pelo partido para fazer o pronunciamento, onde resgatou a história do socialismo em terras brasileiras ao custo de muitas vezes o PCdoB ser posto na ilegalidade pelas autoridades como meio de obstruir o avanço pelas conquistas de liberdades individuais e por melhorias sociais.
Vários militantes do partido se fizeram presente na plateia, entre eles o radialista Antônio Cláudio Miguel, que está sendo indicado pelo PCdoB de Salto como pré-candidato para defender uma vaga de deputado estadual nas eleições desse ano. "Passei por outros partidos antes e nunca havia encontrado tamanha receptividade, colaboração e motivação como aqui no Partidão. O entusiasmo dos camaradas em construir uma experiência politica nova é tão grande que me sinto honrado pela confiança que têm em mim para defender as propostas comunistas nessas eleições", disse Antônio Cláudio.
Os vereadores Icrenildo Martins (PSDB), Antônio Cordeiro dos Santos (PT), Roberto Natalino (PRB), Edemilson Santos (DEM) e o presidente Divaldo Santos (PT) fizeram pronunciamentos de congratulações ao PCdoB e exaltaram o compromisso do partido por bandeiras históricas como a reforma agrária e as lutas pelo avanço nas conquistas sociais no cenário nacional.
O pronunciamento do partido pode ser visto através da TV Câmara (clique aqui) e abaixo publicamos o texto:
Pronunciamento em homenagem aos 92 anos do PCdoB
Em nome do Partido Comunista do Brasil de Salto, cumprimento na pessoa do senhor presidente, Divaldo Garotinho, todos os vereadores e o público que acompanha nessa distinta plateia os trabalhos dessa Casa de Leis.
Em homenagem aos 92 anos do nosso partido gostaria de relembrar a nossa história, que se confunde por diversas vezes com a história do operariado e com a luta pela democracia no Brasil.
Em 07/11/1917 a aconteceu a Revolução Socialista na Rússia; operários, camponeses e soldados, dirigidos pelo Partido Bolchevique de Lênin, derrubaram o regime burguês sob o lema "Paz, Pão e Terra". Nesse momento teve início a primeira experiência de construção do socialismo na história do mundo. As esperanças dos trabalhadores do mundo inteiro voltaram-se para a Rússia Soviética. Aqui em terras brasileiras, vários grupos assumiram a tarefa de organizar o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
O Partido Comunista do Brasil foi fundado em Niterói (RJ) em 25/03/1922, quase cinco anos depois da Revolução Russa, por nove delegados representando 73 militantes de todo o Brasil.
Foram eles: Abílio Nequete, Astrogildo Pereira , Cristiano Cordeiro , Hermogêneo Silva , João da Costa Pimenta , Joaquim Barbosa , José Elias da Silva , Luís Peres e Manoel Cendon.
O nome da fundação é Partido Comunista do Brasil, mas foi publicado no Diário Oficial da União como Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista.
O Partido Comunista lançou o BOC, Bloco Operário e Camponês, em 01/02/1927, inicialmente chamado apenas Bloco Operário; esse foi o 1º ensaio de política de frente dos comunistas. Em 28/10/1928 o BOC elegeu os comunistas Otávio Brandão e Minervino de Oliveira vereadores na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A linha sectária da "proletarização" impediu o desenvolvimento do BOC.
Em junho de 1922 o PCdoB foi colocado na ilegalidade pelo então Presidente da República, Epitácio Pessoa do Partido Republicano Mineiro (PRM), voltando a legalidade em janeiro de 1927, elegendo o deputado federal João Batista de Azevedo Lima e em agosto de 1927 volta a ilegalidade, dessa vez no governo do Presidente Washington Luís do Partido Republicano Paulista (PRP).
Com o ex-líder do Movimento Tenentista, Luís Carlos Prestes, o PCdoB passou a participar da Aliança Nacional Libertadora (ANL), a qual também foi declarada na ilegal em novembro de 1935, pelo Presidente Getúlio Vargas, eleito pela Aliança Liberal (AL), sendo esse o estopim para a Intentona Comunista.
Os comunistas promoveram a Insurreição Nacional-Libertadora de 23 a 27 de julho de 1935. Ela começou em Natal (RN), ali formou-se pela 1ª vez no Brasil um governo popular-revolucionário, que se sustentou por 3 dias. Seguiu-se o levante em PE (Jaboatão, Recife, Olinda), onde os combates foram mais sangrentos. Em 27/07, rebelou-se o 3º Regimento de Infantaria do Exército, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. O movimento cometeu erros, confiou excessivamente nos quartéis (influência tenentista) e não chegou a mobilizar as grandes massas que simpatizavam com a ANL. Porém, esse movimento foi o 1º na América do Sul a erguer a bandeira da revolução anti-imperialista e antilatifundiária. Após a derrota, seguiu-se brutal repressão.
Ainda no Estado Novo, em 1937, o Partidão, como era conhecido o Partido Comunista, se desarticulou, devido a repressão e voltou a se reorganizar em 1941 na Conferência da Mantiqueira.
Em 1945, último ano do governo de Vargas, com a anistia de Luís Carlos Prestes e outros dirigentes o PCdoB voltou a legalidade e participou das eleições presidenciais, obtendo 10% do total de votos para o Executivo do Iedo Fiúza, elegeu 14 deputados federais e Prestes para senador pelo RJ. Em fevereiro de 1962, as divergências causadas pela declaração de março de 1958, acarretam a cisão do PCdoB em duas organizações políticas: o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Os efeitos da Declaração Março de 1958, levou o PCdoB a distanciar-se do Regime Russo e aproximar-se do Regime Chinês e organizar no Brasil a Guerrilha do Araguaia, região amazônica, nas décadas de 60 e 70.
Em 1966 o PCdoB iniciou a estruturação da Guerrilha Camponesa no Sul do Pará sob o comando do ex-militar Osvaldo Orlando da Costa , com um efetivo aproximado de 80 combatentes. Eram estudantes secundaristas, universitários, profissionais liberais e operários, em sua maioria paulistas e mineiros.
Em 1971 o núcleo guerrilheiro foi descoberto e cerca de 5 mil soldados foram mobilizados para isolar e aniquilar os seus integrantes. Os combates duraram até 1974, quando a guerrilha foi exterminada. A maioria dos mortos do Regime Militar entre 1964 e 1979 eram militantes do PCdoB e do PCB.
A luta armada foi abandonada em 1975 e o PCdoB atraiu membros da Ação Popular, organização formada por intelectuais e jovens egressos de esquerda católica, principalmente da Juventude Universitária Católica (JUC).
Em 1976, dirigentes do Comitê Central do PCdoB foram assassinados em uma operação do Exército Brasileiro que ficou conhecida como Chacina da Lapa.
Já sob liderança de João Amazonas o Partidão voltou a se organizar. O fracasso da Guerrilha e a mudança de direcionamento do Regime Chinês, levou ao rompimento com o Maoísmo e ao alinhamento com o regime albanês de Hoxha.
Esta divergência levou a saída de José Genoíno e Tarso Genro que fundaram o Partido Revolucionário Comunista, os quais mais tarde fundaram o Partido dos Trabalhadores (PT), onde atuam até hoje.
Em 1979 o PCdoB participou da fundação da União Nacional dos Estudantes (UNE) com Aldo Rebelo e em 1984 fundou a União da Juventude Socialista (UJS).
Em 1985 o PCdoB voltou a legalidade com a reestruturação do sistema político brasileiro, em 1986 elegeu 6 deputados federais, sendo 3 em coligação com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 1987 o PCdoB se aproximou do PT e do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e em 1988, fundou a Corrente Sindical Classista (CSC) e passou a integrar a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A CSC fundou em 14/12/2007 a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e a integra desde então participando de sua direção.
Na 8ª Conferência o PCdoB passou a aceitar vias diversas para a implantação do Socialismo no Brasil, visão que levou a participar do processo de construção de um governo popular com a eleição do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, do PT, em 2002 e persiste em aliança com o governo Dilma, porém sem deixar de pautar o avanço nas discussões das reformas necessárias ao Estado Brasileiro, entre elas a Reforma do Sistema Político e Eleitoral.
Atualmente o PCdoB participa da vida política brasileira com nomes como: Aldo Rebelo, Ministro dos Esportes e organizador da Copa do Mundo de 2014; Vanessa Graziottin, senadora gaúcha; Manuela D’Ávila, líder do partido na Câmara; Luciana Santos, deputada federal pernambucana; Jandira Feghali, deputada federal do RJ; Protógenes Queiroz, deputado federal paulista; Pedro Bigardi, prefeito da vizinha Jundiaí; Nádia Campeão, vice-prefeita da capital, os artistas Netinho de Paula e Leci Brandão e muitos outros camaradas.
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