Na madrugada de sábado para domingo (13), após o cancelamento do espetáculo da Paixão de Cristo, a tenda do Grêmio Recreativo Escola de Samba (GRES) Palmares foi furtada no Pavilhão das Artes. "Puxa vida! Tudo só acontece com a Palmares!", desabafou em tom decepcionado a presidente da escola de samba, Cristina Gosse.

Segundo a presidente essa foi a segunda vez que a Palmares foi furtada, durante a Festa Setembrina no ano passado dentre as 20 barracas que estavam trabalhando na festa apenas a de sua escola foi furtada. Na ocasião levaram uma lâmpada fluorescente e um botijão de gás de 13 kg. "No ano passado não prestamos queixa à polícia nem à prefeitura, porque não quisemos perder tempo e nos desgastar, a equipe da escola permaneceu concentrada em trabalhar", explicou ela.

"Dessa vez levaram as caixinhas de chiclete, uma máquina fotográfica, um óculos e R$ 70,00 em moedas do nosso caixa", revelou Cristina Gosse. Ela ainda acrescentou que na manhã do domingo foi encontrada uma mochila próxima aos banheiros, que ficam abaixo do palco, onde estava a capa da máquina fotográfica furtada e que as caixas dos chicletes furtados estavam no lixo. Logo depois um indivíduo abordou funcionárias da prefeitura que trabalhavam no local e perguntou sobre uma mochila que havia perdido; ele recebeu a informação de que a mochila estava na tenda da Palmares, porém o desconhecido não foi até a tenda verificar se era a mesma mochila a qual procurava.

Cristina Gosse procurou o Guarda Civil Municipal que estava de serviço no local, o mesmo afirmou que não havia conhecimento sobre o fato e a acompanhou à Delegacia da Polícia Civil para registrar o boletim de ocorrência.

Burocracia e descaso

"Fico muito decepcionada de ter acontecido isso com a Palmares, aqui na Paixão de Cristo. Enfrentamos tantas dificuldades para conseguir esse espaço para a escola [de samba] trabalhar, por causa de uma nova lei que a prefeitura criou que trata a gente como se fosse uma empresa, exigindo um monte de coisa e cobrando tudo", declarou a presidente da GRES Palmares.

Segundo a presidente ela foi enfrentou dificuldades para obter um dos sete espaços abertos para a exploração de alimentícios no espetáculo da Paixão de Cristo, porque em primeiro lugar o sistema de cadastro da prefeitura, o iCad, classificou a escola como se fosse um ambulante que vinha de fora da cidade e mesmo servidores da Secretaria da Cultura e do Atende Fácil não conseguiram explicar o porquê disso e nem corrigir o cadastro.

Como se não bastasse a escola de samba que é uma entidade que presta um serviço público de promoção da cultura popular, teve que atender requisitos como submeter o espaço de sua sede a inspeção da Vigilância Sanitária (Visa), quando na verdade no local da sede não ocorre manipulação de alimentos; o despreparo dos atendentes do Atende Fácil não os permitiu compreender que a entidade precisava sim de uma autorização da Visa para comercializar os alimentícios no local do espetáculo na tenda.

"Olha só temos várias entidades civis em Salto de diversos segmentos, mas por que só tem a Palmares e a Palma de Ouro aqui com barracas? Será que não é porque a prefeitura está exigindo demais das entidades?", questionou Cristina que ainda acrescentou, "nós pagamos R$ 4,70 para abrir um processo administrativo, R$ 90,00 de taxa diária de ambulante, R$ 500,00 pela locação da tenda e mais R$  60,00 pelas mesas e cadeiras; tivemos que desembolsar R$ 654,70 para ainda ter nosso material furtado. Qual é o apoio que a prefeitura está nos dando então?".

Segurança

Quando ocorrem espetáculos e eventos públicos com participação e organização da prefeitura é essencial que no mínimo a segurança dos materiais e a integridade das pessoas que prestigiam e trabalham nessas atividades sejam garantidas. Embora não tenha havido nenhuma ocorrência conhecida contra as pessoas é lamentável o furto que aconteceu na tenda da GRES Palmares.

Andando pelo Pavilhão das Artes e pelo Jardim Tropical percebemos que há algumas câmeras de vigilância instaladas, porém algumas delas têm a visão prejudicada pela folhagem das árvores, apesar de despertar dúvidas se realmente estão em funcionamento. A câmera instalada na esquina da biblioteca pode auxiliar a esclarecer o furto.